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Desafio 30 Dias no Tecido

Em setembro deste ano (2018), eu, a Fernanda do insta @fer.aerialista e a Mariane do @voar.sem.asas, nos juntamos para promover um Desafio 30 Dias no Tecido. O desafio  pedia que nossos seguidores fizessem videos mostrando sua forma favorita de entrar em determinada posição. Isso, além de fazer a pessoa pesquisar, resultou em uma troca gigantesca entre os seguidores. Uns aprendem com os outros novas formas e novas figuras! Cada vídeo também pedida para inserir na legenda a resposta de uma pergunta que nós fizemos. O desafio foi DEMAIS!

Analisamos técnica, limpeza, beleza e criatividade. Foi muito (MUITOOOO) difícil escolher, dentre tanta gente talentosa e dedicada que participou. Se você procurar #30diasnotecido no Instagram, vai poder ver os vídeos de quem participou (tem mais de 400 publicações) e aprender várias coisas legais!

Quero muito agradecer a Fer e a Mari, por terem topado a minha ideia do desafio! E agradecer demais as marcas que nos apoiaram: a Buffalo Wax (pomadinhas cicatrizantes e hidratantes, 100% natural e Brasileira, parceira do Akroholic) e a Cross Circus (loja especializada em equipamentos de circo).

Tivemos 3 vencedores:
1 lugar:  André Bandeira (que ganhou um tecido acrobático de 12 metros da @crosscircus)
2 lugar: Isabella Medeiros (que ganhou 4 pomadas da @buffalo_wax)
3 lugar: Thaline Nátali (que ganhou uma caneca com estampas exclusivas Akroholic)

 

Como eu gosto de conhecer vocês e sei que esse desafio promoveu uma enorme troca entre todos os participantes, resolvi entrevistar os vencedores do Desafio 30 Dias no Tecido: André Bandeira – São Luís, Maranhão – 19 anos, Isabella Medeiros – João Pessoa, Paraíba – 28 anos e Thaline Nátali – Varginha, Minas Gerais – 23 anos. Imagina todos esses sotaques misturados!!!? <3 Vamos conhecer um pouquinho sobre eles?

André com seu tecido Cross Circus, Bella com as pomadas BuffaloWax e Thaline com a caneca Akroholic

Como eles começaram?

André começou a treinar tecido em um workshop em Brasília, em 2011, quando ainda tinha cerca de 11 anos. Em seguida, ao retornar pra sua cidade, procurou um lugar pra continuar os treinos. Infelizmente, não existia nenhum espaço que oferecesse a modalidade, até que o SESC ofereceu um curso e então ele conheceu o Donny dos Santos, diretor do projeto O Circo tá na Rua e seguiu na prática sendo orientado por ele.

“O circo chegou na minha vida através do teatro, que foi a modalidade pela qual me inscrevi nesse workshop em Brasília do grupo JOCUM. Lá era ensinado danças urbanas, teatro e circo, com as disciplinas de malabarismo, portagem e tecido. Me apaixonei pela vertente circense e desde então tem sido minha principal área de atuação. Sou fascinado pela forma que o circo trabalha o corpo com possibilidades quase impossíveis e com sua capacidade de transmitir sensações inimagináveis ao público e ao artista”, diz André.
Isabella começou em 2008, ainda com 17 anos.
“Eu sempre fui aquela criança que não se contentava só em admirar determinadas coisas, eu queria fazer também. Admirava muito ginástica artística e acrobacias aéreas me fascinavam muito (tenho várias pessoas artistas na família, só que mais pro lado das artes plásticas), mas nunca tinha tido a oportunidade de praticar tais coisas. Quando mais velha, conheci a banda “O Teatro Mágico” que me reacendeu a paixão pelo circo. Entrei em um projeto social chamado “Vagalumes” que era apoiado pelo TM e nas nossas visitas a asilos, orfanatos e creches sempre usávamos elementos circenses. Foi quando descobri uma aula de Aéreos na minha cidade, entrei, a princípio querendo ter mais repertório para atuar no Vaga-lumes e desde então não me vejo longe disso!”
Thaline iniciou a prática em 2016.
“Sempre gostei de acrobacias, tanto que fiz Ginastica Artística quando criança. Mas desconhecia que havia práticas circenses de fácil acesso. Uma amiga me contou que viu uma apresentação de tecido na escola que ela trabalhava e me passou o contato de onde tinha. No mesmo dia já liguei lá e marquei uma aula experimental, e desde então não sai.”

Isabella Medeiros – foto de Joka Chaves

Além de tecido, praticam…

Atualmente, André é ator e faz parte de uma companhia de dança contemporânea. Faz teatro através do grupo Bumba Cultura e da companhia Gracielle Costa, e a dança através da Cia. Ateliê Contemporâneo. No circo, sempre esteve envolvido com outros aparelhos aéreos, como o tecido em gota, a lira, a corda lisa e o trapézio, bem como malabarismo e ultimamente tem iniciado os treinos de parada de mão e acrobacias de solo.
Isabella também pratica trapézio e a lira, além de um pouco de acrobacias de solo. Faz aula de ginástica artística há um ano (embora tenha dado uma pausa de uns 3 meses) e faz ula de dança contemporânea e moderna há um ano e meio.
Thaline conta que sempre gostou de esportes. Já fez natação, ginástica artística, futsal e musculação. No momento pratica lira, tecido acrobático, crossfit e pilates.

Circo como profissão?

André trabalha atualmente como professor de tecido acrobático na Academia de Artes Gracielle Costa e se apresentando a convite em alguns espetáculos e eventos.
Isabella utiliza o circo tanto como artista, como educadora. Atuou por dois anos na Trupe Arlequin, com a qual viajou por várias cidades do Brasil e ministrou aulas de tecido, trapézio e lira e, posteriormente, junto com seu companheiro, Samuel Valentim, fundou o Ponto Triplo Centro Cultural (há 4 anos) onde ministra aulas de aéreos e realiza pesquisas em aparelhos aéreos. Hoje, Isabella cursa Educação Física (sua segunda graduação), visando entender melhor o corpo para aprimorar cada vez mais seu trabalho.
Thaline é uma futura dentista. Mas depois de formada, pretende se dedicar e empenhar no tecido ainda mais. E se um dia acontecer,  poderia ter isso como uma profissão.

E as maiores dificuldades na prática?

Para o  André, sua maior dificuldade é sair da zona de conforto. “Sempre tive força e flexibilidade muito equilibrados, nada fora do comum, portanto nunca apostei em figuras de extrema forma ou extrema flexibilidade, geralmente na prática minha movimentação se concentra nas quedas e nos movimentos dinâmicos. Minha maior dificuldade é buscar melhorar o desempenho dessas outras vertentes do tecido que não domino com maestria, a fim de obter um repertório mais amplo”.
Para Isabella, som o tecido acrobático, a maior dificuldade é a resistência para realizar sequências maiores e a fluidez na execução das mesmas. O tecido exige muita força, controle corporal, equilíbrio… Chegar a um nível em que todas essas qualidades estejam bem desenvolvidas requer muita dedicação.
Para Thaline, são as posições básicas que se aprendem no ballet, por exemplo, já que ela nunca fez dança. Ela diz não ter tanta leveza e plenitude nos movimentos, tendo esses fatores como suas maiores dificuldades.

Thaline Nátali, fazendo a Grega

O que eles mais amam na prática?

André é apaixonado pelos desafios. “Sempre entendi que a arte deve passar uma mensagem, direta ou indiretamente. O que me move e me incentiva no tecido é o desafio de conseguir passar uma mensagem mesmo com tudo que está envolvido, a dor, a força, o risco, todos esses “obstáculos” que são parte essencial do processo precisam ser vencidos para que a mensagem seja passada ao público, para que a plateia seja tocada, esse desafio certamente é o que mais amo nesse ofício”.
Isabella ama o fato de o circo ser possível para todos, dentro das individualidades de cada um. Ama também a sensação de superação de limites, de desafiar a si própria.
Thaline ama poder se desafiar. Aprender um movimento novo, ser capaz de executá-lo bem. Além disso, ama a convivência com os outros praticantes.

O circo os  ajudou a superar algum momento difícil?

Para o André, o circo foi essencial no momento de decidir seu futuro profissional. “O amor que tenho pelo tecido, por fazer circo, por ensinar circo foi decisivo na hora de decidir o que seguir profissionalmente. Pra mim, enquanto artista, jamais conseguiria ter o tecido em segundo plano e me dedicar pra outras coisas. Meu lugar é na lona e foi o próprio circo que me ensinou a reconhecer isso”.
Segunda Isabella,  o circo só trouxe alegrias pra sua vida. Hoje, o circo é o que a motiva e norteia grande parte de suas ações, então, sem dúvidas o circo é algo que  traz um conforto mesmo não tendo especificamente passado por algum momento tão difícil assim. Mas, como educadora, já ouviu alguns relatos de alunos que estavam passando por momentos muito difíceis e o circo foi o que os resgatou do fundo do poço (e é isso que a dá forças de seguir em frente).
Para Thaline, o circo serve como uma forma de se desligar da rotina, uma distração pro o dia-a-dia. Muitas vezes, o dia está estressante e ela consegue relaxar com a prática circense. Mas não teve nenhuma situação específica em que ele a tenha ajudado a superar.

Porque resolveram participar do Desafio 30 dias no Tecido?

“Achei a proposta do desafio incrível. Unir pessoas do Brasil inteiro e propor que cada um mostrasse sua maneira, sua “forma favorita” de realizar movimento X ou Y foi muito interessante, pois viabilizou um conhecimento geral de novas maneiras de praticar o tecido. E, claro, os prêmios foram um baita incentivo!!! “André
“Eu já acompanhava o Akroholic no Instagram e já o tinha como um meio de ver coisas novas, conhecer novas montagens, etc. Quando soube do desafio achei super legal a ideia de trocar conhecimentos com diversas pessoas do Brasil e decidi participar para contribuir, de alguma forma, e para aprender também.”Isabella

Thaline quis participar por amar o tecido e queria poder se desafiar e se equiparar com os outros participantes.

 

André Bandeira performando

O desafio estimula?

André diz que estimula certamente.  “É revigorante saber quem existem muitas pessoas Brasil a fora praticando o tecido e receber um retorno positivo que vem através dessa troca de conhecimentos.”
Para Isabella, sim! “Estimula desde o momento de que tínhamos que pensar nos movimentos a serem executados até o momento de responder as perguntas (achei isso muito valioso, me fez pensar em questões que nunca tinha pensado até então). Não sou muito de postar vídeos meus, acabo sendo muito exigente comigo mesma e não postando porque sempre acho defeito rs. Mas resolvi enfrentar isso e participar do desafio mesmo assim (então também foi um estímulo nesse sentido, porque com o passar das semanas foi ficando mais fácil).”
Thaline também diz que o desafio a estimulou a pensar na melhor forma de executar uma manobra e a aprender mais. “Cada vídeo que vejo de outro participante, vejo formas diferentes de um exercício que muitas vezes eu desconhecia.”

Um último recado dos vencedores do desafio para vocês:

“Você que tem interesse de praticar, que prática há muito ou pouco tempo, se de uma nova chance todos os dias. Isso vale pra tudo, para os exercícios de força e flexibilidade que vc sente dificuldade, para uma figura que parece impossível ou para uma queda que você tem certeza que não tem coragem de fazer. Se de uma nova chance amanhã. Respeite seu corpo, seus limites, mas não se acomode, estude, treine, assista a vídeos, suba, tente, erre, tente de novo até que consiga, mas nunca esqueça de se dar uma nova chance e de dar uma nova chance ao tecido. O circo serve para integrar, aproximar, possui um espírito familiar, vamos nos esforçar para não deixar essa essência ser esquecida.”

André Bandeira

“Se você está na dúvida se o circo é uma atividade para você, apenas se pergunte se você está disposto a tentar, o resto é consequência. Vejo muita gente com receio porque diz não ter força ou flexibilidade e eu apenas digo: basta ter vontade. <3”

Isabella Medeiros
 “A prática de esportes para muitas pessoas é algo chato, já para outras é algo sensacional. Não é simplesmente pelo corpo, emagrecer, ser saudável, não, mas sim algo que te faz sentir bem. As artes circenses são para mim esse sentimento de prazer, realização, beleza e desafio. É algo que já não me vejo sem, e claro, sempre quero aprimorar e melhorar a cada dia. Acredite em você e faça algo que te faça bem, que você ame, e se torne bom naquilo, mas não bom para os outros, mas para você mesmo.”
Thaline Nátali
Eu quero dizer que AMEI conhecer vocês três e AMEI saber um pouco mais de cada seguidor através das respostas do Desafio! É muito lindo ver essa comunidade crescendo, se ajudando e evoluindo junto!! Obrigada a todos que participaram e curtiram essa desafio conosco.
Espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais dos nossos 3 vencedores. E aguardem novidades, em 2019 vem mais desafio por aí.
Beijão,
Paty

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