Nomenclaturas no tecido acrobático
Quem pratica tecido acrobático sabe que as nomenclaturas de figuras e posições nunca são padronizadas. Os nomes mudam dependendo da escola, cidade e país. As pessoas conhecem a mesma posição/queda por nomes diferentes. Mas nada grave, no final, conversando a gente se entende 🙂
Por isso, resolvi fazer este post com alguns nomes mais conhecidos (principalmente para os iniciantes ou para quem não conhece o tecido), descrevendo-os como EU aprendi. Na sua escola, pode ser chamado de um nome diferente. Alguns nem nome tem hahaha por isso, muita gente se sente livre para “batizar” figuras e quedas, como forma de facilitar na hora de fazer o ensinar. Se as coisas tem nome, fica mais fácil identificá-las.
Começando pelo nome da atividade, chamada de tecido acrobático, em alguns lugares é chamado de tecido circense. O tecido acrobático é um dos aparelhos de acrobacia aérea, uma modalidade do circo. A lira, o trapézio, a faixa, o trapézio voador e a corda são alguns dos aparelhos aéreos e quem pratica também faz acrobacia aérea. Então você pode ser chamado de acrobata aéreo ou “aerialista” (uma “tradução” de como é chamado em inglês: aerialist).
Nomenclaturas básicas do Tecido Acrobático:
Não existe um dicionário oficial de nomes dos movimentos, figuras e quedas do Tecido Acrobático (o livro Técnicas Circenses, do Carlos Sugawara, tem algumas nomenclaturas e passo-a-passo de figuras de tecido e corda lisa) . Muitas figuras possuem nomes diferentes em diversos lugares, por isso, tentamos aqui simplificar nomeando as principais e mais conhecidas figuras e quedas. Como o Tecido possibilita inúmeras criações de movimentos, muitas figuras não possuem nome, afinal, você também pode criar a sua. AQUI eu separei alguns truques e linkei com o Instagram para você poder vê-los).
Abaixo, você encontra alguns dos nomes mais comuns:
Principais Movimentos no tecido acrobático:
– Abrir o esquadro (marcando com as pernas abertas, à 90 graus)
– Inverter (quando você está segurando os tecidos com as mãos, pernas soltas, e vira de cabeça para baixo)
– Curva (quando você prende a parte de trás do joelho no tecido)
– Ponta de pé (o famoso pé de bailarina, quando você empurra o pé para baixo, fazendo uma ponta, como se você fosse encostar só a ponta do dedão no chão. As figuras ficam muito mais bonitas com ponta de pé. Você vai ouvir muito isso.)
– Flex (também conhecido como pé de palhaço, você faz o movimento contrário da ponta de pé e empurra os dedos pra cima e o calcanhar pra baixo. Fazer o flex te ajuda a “segurar” em algumas figuras, você também vai precisar muito dele.)
Subidas mais conhecidas:
Subida simples
Subida de elevador
Subida de escada
Subida de curva
Subida caranguejo
Subida francesa
Chaves mais conhecidas:
Chave de pé
Chave de calcanhar ou botinha
Chave de cintura
Figuras mais conhecidas:
Casulo
Meia Lua
Espacate
Cristo
Grega
Secretária
Escorpião
Cadeirinha
Portagem/Porteur
Vela
Arabesque ou Y
Quedas mais conhecidas:
Superman
Desenrolada ou uma e meia
Queda do escorpião
Queda da grega
Queda do 8
Tic Toc
360
Janela
Queda infinita
Portagem / Portô / Volante
Na acrobacia aérea, fazemos alguns movimentos em dupla no mesmo aparelho, quando isso acontece, chamamos de portagem. Uma pessoa fica no aparelho “segurando” a outra, que fica fazendo as figuras e vôos.
Na foto abaixo, Alessandra está como “portô” e eu estou como “volante”.
“Portô” ou Aparador (francês: porteur / inglês: catcher ou base / espanhol: portor, base ou aparador ) tem a função de servir de base para seu companheiro. É geralmente o mais forte e pesado da dupla.
Volante ou Agile (inglês: flyer / espanhol: ágil / francês: voltiger): é o acrobata mais leve e ágil, que é impulsionado, equilibrado, sustentado pelo mais forte. Está sempre no alto, em números de solo. Em números aéreos, como no trapézio ou no tecido, é ele que realiza o vôo.
(fontes: livro Circo Nerino de Roger Avanzi e Verônica Tamaoki e artigo O trapézio circense: estudo das diferentes modalidades)
AQUI tem outras indicações de livros que eu separei. Sobre circo, alongamento/anatomia, receitas e auto conhecimento.
Breu:
É uma resina residual retirada de várias plantas, à temperatura ambiente apresenta-se sólida, com coloração amarelada. É vendida em “pedras” em lojas de tinta . Passamos o breu nas palmas das mãos para ajudar a ter “firmeza” na pegada do tecido. Quando o tecido está muito escorregadio (em dias de muito calor) ou quando a pessoa tem muito suor nas mãos, o Breu é um grande aliado, pois ajuda a “grudar” no tecido, evitando que você escorregue. Ele fica pegajoso e dá mais firmeza em dias não muito propícios, mas com o suor, seu efeito vai se tornando mais fraco.
Se você quer saber mais, clique aqui e leia o artigo que eu escrevi sobre o breu. No meu canal do YouTube, te ensino a fazer “breu líquido” em casa. Você também encontra esse vídeo no meu Instagram @akroholic.
Rigger:
É o profissional que trabalha com ancoragem de aparelhos aéreos. É uma pessoa especializada, geralmente que trabalha com segurança em altura, possui certificação em NR35 e é capaz de fazer a ancoragem e manutenção das instalações dos aparelhos aéreos. No meu canal do YouTube tem o bate papo com o Fernando Cervantes, que é rigger 🙂
http://https://www.youtube.com/watch?v=I95arg2UFv8
Essas são algumas das nomenclaturas mais conhecidas no mundo aéreo. Assim, você fica mais familiarizado(a) com o vocabulário da prática 😉
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